Rede Conhecimento Social
9 min readJun 29, 2023

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ReCoS faz 7 anos

Em 2023 a Rede Conhecimento Social, que carinhosamente apelidamos de ReCoS, completa 7 anos! Para apresentar um pouco de nossa história de construção de conhecimento e promoção de participação social, separamos 1 projeto que representa cada ano dessa narrativa. Uma seleção que foi bem difícil de fazer, pois, tivemos muitos projetos incríveis, mas acreditamos que através desses será possível apresentar um pouco do nosso crescimento como instituição.

2016 — Nossa escola em (Re)Construção — Porvir

A pesquisa Nossa escola em (Re)Construção realizada em parceria com o Porvir, foi o primeiro projeto realizado pela ReCoS, que escutou 132 mil jovens, entre 13 e 21 anos. Seu objetivo foi estimular o protagonismo e mobilização das juventudes sobre a escola que querem. Assim como, impulsionar a reflexão acerca da educação a partir de uma perspectiva inovadora.

Além dos 132 mil respondentes, 25 jovens de diversas regiões do Brasil, participaram de todo o processo de desenvolvimento, análise de dados e elaboração da pesquisa, sendo o primeiro grupo de jovens pesquisadores da ReCoS.

A pergunta-guia elaborada coletivamente foi:

Como seriam ambientes educacionais inclusivos que incentivariam as individualidades dos estudantes e promoveriam a transformação social? E como poderíamos criá-los?

Apenas 5 em cada 10 jovens disseram que aulas são dinâmicas, interessantes e divertidas;

72% das juventudes diziam que não participavam das decisões da escola;

41% consideravam que atividades que integram professores, pais e alunos são imprescindíveis na escola ideal.

O que não pode faltar na escola ideal?

Para 51% das juventudes, tecnologia não poderia estar só no laboratório de informática;

34% acreditavam que na escola ideal para aprender mais, o foco deveria ser preparar para o Enem e vestibular;

Com relação a conteúdo, 17% acreditavam que uma escola inovadora deveria investir em conhecimentos ligados a tecnologias e 16% acreditam que a escola que mais respeita individualidades deve ensinar habilidades de relacionamento com outras pessoas e sociedade.

Conheça mais no site: https://porvir.org/nossaescola/

2017 — Percepção da população sobre ODS — Ibope Inteligência

Os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), também chamados de Agenda 2030, são metas globais para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, no mundo todo, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Esse é um pacto mundial entre países membros das Nações Unidas, que iniciou em 2015 e deve ser implantado até 2030

A pesquisa Percepção da população sobre ODS, realizada em 2017, teve como propósito levantar a percepção dos brasileiros sobre os ODS. Na oportunidade realizamos 2002 entrevistas, em 143 municípios, com pessoas acima de 16 anos.

49% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre os ODS;

Enquanto 38% já ouviu falar, mas não tem conhecimento aprofundado sobre o tema;

A pesquisa convoca a sociedade a pensar sobre como avançar na divulgação e implantação dessa agenda.

Em breve lançaremos uma atualização dessa pesquisa. Para ler o relatório de 2017 acesse: https://drive.google.com/file/d/1vARvpf4Vf2cigcGDuA2xEUNEXVGqeXq-/view?usp=drive_link

2018 — Juventudes e conexões — Fundação Telefônica e Ibope Inteligência

A pesquisa Juventudes e Conexões, em sua 3ª edição, realizada em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e o Ibope Inteligência, ouviu jovens entre 15 e 29 anos de todas as regiões do Brasil, com o propósito de entender como as juventudes brasileiras percebem a influência da internet em suas vidas.

A metodologia de PerguntAção, que fez parte do processo de desenvolvimento, contou com a participação de 19 jovens consultores, que confirmaram a presença constante do universo digital em suas vidas, como reafirmaram que o online e offline já não são dissociáveis.

78% das juventudes consideravam inseguro trocar informações pessoais com desconhecidos;

64% de jovens desconfiavam ao fornecer dados pessoais para compras e cadastros;

54% das juventudes diziam que, antes de aceitar um convite feito pela internet para uma atividade de participação social, verificavam se a fonte é confiável.

Acesse a publicação completa aqui: https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/juventudes-e-conexoes/

2019 — Olhar das Crianças nos Territórios Educadores — Prefeitura de São Paulo, Rede nossa São Paulo, Fundação Van Leer

Oficina realizada com crianças, entre 5 e 6 anos, para entender os caminhos e percepções até a escola. Durante a oficina, elas fotografavam o entorno registrando o que gosta e não gostam. Atividade que serviu de apoio para a pesquisa da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) sobre segurança viária. A oficina Olhar das crianças é dívida em 3 momentos:

Sensibilização, Expedição e Curadoria.

Cidade Tiradentes

O que as crianças gostam?

Natureza, cores vibrantes, desenhos, grafites, espaços para brincar, comércio local e meios de transporte.

O que as crianças não gostam?

Falta de limpeza e zeladoria, restos de material de construção na calçada, cabo de energia solto, falta de um parquinho na praça e das flores no canteiro da escola e carros estacionados que ocupam a calçada.

Brasilândia

O que as crianças gostam?

Elementos coloridos, murais pintados ao redor da escola, postes decorados e arranjos nas casas, ambientes com plantas, arvores e flores, calçadas largas, casas grandes, cachorros no portão, ruas sem carro passando e carros na garagem.

O que as crianças não gostam?

Esgoto ao ar livre, buracos nas calçadas, obstrução da passagem, gira-gira quebrado, falta de um parque, carros nas ruas e cachorros bravos.

Conheça os relatórios aqui: https://drive.google.com/drive/folders/1VS2CT-vfyH3lxvNciJirFdaVZgoKXs7d?usp=sharing

2020 — Juventudes e a pandemia — Conjuve e parceiros

Com a chegada da covid-19, realizamos a primeira edição da pesquisa que trouxe dados inéditos e urgentes sobre os efeitos da pandemia na rotina de jovens brasileiros. Para entender como o contexto de isolamento social afetou seus hábitos, sua relação com a educação, trabalho, sua situação econômica, sua condição de saúde e suas perspectivas para o futuro.

A partir da metodologia de PerguntAção, 18 jovens de diferentes realidades foram mobilizados para colaborarem ativamente com todas as etapas da pesquisa: a reflexão a respeito do tema, a concepção do questionário, a mobilização para a coleta de respostas e a análise dos resultados. As oficinas com o grupo de jovens foram realizadas por meio de plataformas de videoconferência, com duração média de 2h30 cada encontro.

33.688 jovens, entre 15 e 29 anos, de todo o país responderam ao questionário, sendo 66% mulheres, 33% homens e 1% outros.

6 a cada 10 jovens tiveram alteração em sua carga de trabalho desde o início da pandemia: seja por aumento, redução ou parada temporária das atividades, ou ainda por demissão e fechamento do local;

3 a cada 10 jovens relataram ter buscado complementação para sua renda;

A ansiedade, o tédio e a impaciência foram apontados como os sentimentos mais presentes durante o isolamento social;

2 a cada 10 jovens afirmavam que a instituição de ensino não estava oferecendo nenhuma atividade.

7 a cada 10 jovens estavam pessimistas em relação à economia brasileira após a pandemia.

A pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus foi idealizada pelo CONJUVE e correalizada por Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Rede Conhecimento Social, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Porvir e Visão Mundial.

Após esse trabalho, foram realizadas mais duas edições da pesquisa, ouvindo mais de 100 mil jovens em todo o Brasil, agregando novos parceiros e apoiadores, como Fiocruz, Unicef, Itaú Educação e Trabalho e Juventudes Potentes (antigo GOYN-SP).

Conheça todos os materiais aqui: https://atlasdasjuventudes.com.br/juventudes-e-a-pandemia-do-coronavirus/

2021 — Imaginários sobre a Amazônia — Instituto Clima e Sociedade

A pesquisa Imaginários sobre a Amazônia buscou compreender como a população, com renda de até 2 salários-mínimos, percebe questões ambientais em seu dia a dia, quais seus valores e referencial simbólico sobre esse tema, em especial sobre Amazônia, e o que promoveria engajamento em campanhas ou ações ambientais.

O estudo buscou contribuir com a construção de um guarda-chuva comunicacional sobre Amazônia no Brasil; e identificar diferentes visões em múltiplos territórios do país, inclusive de outros biomas, para entender a relevância e estratégia da narrativa sobre Amazônia em cada território.

O projeto foi realizado com diversas camadas de participação. Contamos com um grupo de 10 pesquisadores, representantes de todos os biomas brasileiros, em 10 municípios de portes diferentes, que recrutaram cerca de 5 pessoas moradoras de seus municípios, facilitaram as discussões em grupo e sistematizaram os principais achados de seus territórios. Além disso, as 50 pessoas que participaram das oficinas fizeram mini entrevistas em profundidade com pessoas de sua rede de contatos, levantando as percepções sobre meio ambiente e Amazônia.

Entre os achados temos:

As pessoas identificam riscos diversos entre os diferentes biomas, mas é comum a visão de que a exploração e falta de vontade política são os grandes vilões do meio ambiente;

Os povos originários são vistos pela maioria como relevantes, tanto na preservação e fiscalização como também para promover a temática como porta vozes;

O papel da escola na construção de valor sobre a pauta ambiental é relevante e bem-visto. Contudo, as pessoas sentem falta de outros espaços para dar continuidade ao que a escola trabalha, acreditam que poderia ser um processo mais contínuo inclusive dentro da escola (até o ensino médio), e pensam que é difícil conectar com a prática se o tema não é discutido ou trabalhado continuamente;

Questionados sobre o que será da Amazônia nos próximos 10 anos, pessoas demonstram preocupação e sentem que é preciso lidar com uma das questões mais importantes: preservação e economia deveriam caminhar juntos.

Acesse os materiais desse trabalho aqui: https://drive.google.com/drive/folders/11SoqjmVHk6rdeXHez9bmdFvtRgVZP6Mw

2022 — Vetores da Comunicação sobre Política em Aplicativos de Mensagem — Internet Lab

Já estamos realizando a 3ª edição dessa pesquisa que escutou quase 9 mil pessoas das 5 regiões do Brasil, com 16 anos ou mais, com acesso à internet e que usam WhatsApp e/ou Telegram, com o objetivo de mapear usos e fluxos de troca de mensagens política nos aplicativos de mensagem, especialmente pensando no contexto de polarização nos períodos eleitorais no Brasil.

A 2ª edição do estudo mostra que o WhatsApp continua sendo o aplicativo de mensagens mais utilizado em todos os perfis, com 99,8%. Mas, percebe-se o crescimento de outros apps, como o Telegram, com 43% de usuários entre a população escutada.

A sensação de saturação é muito frequente. Justamente por isso, são comuns os relatos de táticas desenvolvidas para lidar com esse esgotamento e gerenciar de forma mais efetiva mensagens e conteúdos: separação de conta pessoal e profissional (pelo WhatsApp Business ou por outro chip), separação de aparelhos, gestão dos horários de uso ou até mesmo busca por diferentes aplicativos

47% dos usuários do Telegram sentem que lá podem falar as coisas com mais liberdade do que no WhatsApp.

58% da população em geral dizia estar se policiando mais em relação ao que falam nos grupos

42% das pessoas admitiram já ter repassado notícias que acharam interessante ou importante sem checar a fonte;

41% dos participantes se sentiam inseguros (no WhatsApp) em relação a falar sobre política.

Para conhecer o relatório completo acesse: https://drive.google.com/file/d/1MGZOI9bm_QZgvqa7Zfl8jl6DxGBGIfbp/view?usp=drive_link

2023 — JUMA — Juventudes, Meio ambiente e Mudanças climáticas — Em Movimento, Engajamundo e Instituto Ayíka

Essa pesquisa teve como propósito mapear como as juventudes brasileiras são impactadas pelas mudanças climáticas e como têm percebido essas transformações;

Buscamos produzir informações que ao mesmo tempo contribuíssem para viabilizar o envolvimento e a mobilização de jovens de diversas regiões do Brasil; e contribuíssem para formulação de políticas públicas que colaborem para a redução dos danos provocados pela degradação do meio ambiente.

Contamos com 12 jovens pesquisadores de todos os biomas do país, de diferentes contextos e territorialidades. Esses bolsistas participaram de oficinas online formativas, pela metodologia de PerguntAção, que promoveram a construção coletiva da pesquisa, com troca de saberes e vivências locais, para estruturar perguntas norteadoras, instrumentos de coleta, análises, estratégias e ações para disseminação e uso dos resultados e recomendações.

8 a cada 10 jovens concordam que estamos vivendo uma crise climática;

98% de jovens concordam que meio ambiente é um assunto de todos;

73% das juventudes concordam que a temática ambiental tem relação com a região que moram;

7 a cada 10 jovens sabem o que significa o termo “mudança Climática”;

6 a cada 10 concordam que seu consumo individual influencia as mudanças climáticas.

Relatório completo disponível em: https://drive.google.com/file/d/1Bml-BsAJz2WPMc8G727ZZSTi-uH9t55G/view?usp=drive_link

Esse é só um resumo do que a gente vem fazendo aqui na ReCoS, em parceria com várias pessoas queridas e organizações que admiramos. Que venham muito mais anos de construção colaborativa de conhecimento para promover a participação social.

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Rede Conhecimento Social

Organização sem fins lucrativos que tem como missão promover a construção compartilhada de conhecimento conectando pessoas para gerar transformação.