Nepso: 20 anos do poder educativo da pesquisa de opinião nas salas de aula

Rede Conhecimento Social
4 min readMay 11, 2021

Neste mês de maio, o programa “Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião” (Nepso) completa 20 anos de contribuições para o desenvolvimento de competências e habilidades de alunos e alunas de várias regiões do Brasil, América Latina e Europa. E para iniciar a celebração de um marco tão significativo, queremos contar um pouco mais sobre essa metodologia extremamente versátil e que tem a capacidade de proporcionar aprendizagens mais significativas.

Tudo começou…

Em busca de entender como a experiência da construção de uma pesquisa poderia fomentar uma melhoria no ensino do país, o Instituto Paulo Montenegro, em parceria com a Ação Educativa, desenvolveu o Nepso: seu primeiro programa com o objetivo promover o uso pedagógico da pesquisa de opinião em escolas públicas de ensino regular fundamental e médio e em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA). E após a realização de um projeto-piloto, a metodologia passou a contar cada vez mais com adeptos dispostos a multiplicar as experiências em suas comunidades escolares.

Fonte: Plataforma Nossa Escola Pesquisa a Sua Opinião — Nepso

Como fazer uma pesquisa de opinião na escola?

A proposta oferecida pelo Nepso traz a chance de colocar os alunos como protagonistas da produção de novos saberes sobre suas vivências, a partir de uma experiência composta pelas seguintes passos:

1- Definição do tema: esse que é o pontapé inicial do projeto costuma ser muito rico, pois com base nas ideias dos alunos sobre os assuntos a serem investigados, o professor poderá conhecer mais da realidade da turma. Sem contar que toda essa etapa permite o exercício da reflexão, argumentação e negociação em busca de um consenso que mobilize todas e todos.

2- Qualificação do tema: é fundamental promover uma maior familiaridade dos estudantes com o assunto que será pesquisado, sendo que variadas fontes de informações podem auxiliar a busca por repertório. E é nessa fase que está a oportunidade de estimular a curiosidade dos alunos e das alunas pelas disciplinas escolares, ao estabelecer conexões dos conteúdos com o tema.

3- Definição da população e da amostra: esse é um momento muito oportuno para articular uma reflexão interdisciplinar, pois provavelmente o grupo não dará conta de ouvir todas as pessoas que estão relacionadas diretamente com tema da pesquisa, então é fundamental estabelecer uma pequena parcela que será a representação desse universo.

4- Elaboração dos questionários: a criação das perguntas vai instigar nos estudantes o desenvolvimento de uma comunicação objetiva e precisa, ou seja, mais um espaço para favorecer uma colaboração entre disciplinas.

5- Trabalho de campo: um dos momentos mais esperados do processo pode oferecer muitos aprendizados ao grupo de pesquisadores, pois eles vão entender na prática a importância de respeitar as diferentes opiniões que serão apresentadas.

6- Tabulação e processamento de informações: finalizada a coleta, será preciso encontrar a melhor forma de organizar todas as respostas. E independente da forma que a tabulação seja realizada, manualmente ou com auxílio de um computador, as habilidades de contagem e verificação serão exercitadas e os conhecimentos matemáticos serão praticados.

7- Análise e interpretação dos resultados: com os dados organizados, é chegada a fase de análise que em um primeiro momento, talvez aconteça de forma mais descritiva, com um olhar direcionado para o que é mais comum e o que se difere nas respostas. Porém, com uma maior intimidade com os resultados, se tornam possíveis interpretação mais ricas a partir do cruzamento das perguntas.

8- Sistematização, apresentação e divulgação dos resultados: ao final de um processo de tantas descobertas, nada mais justo do que compartilhar as informações com o maior número de pessoas. Então, aqui é a oportunidade de utilizar a criatividade para documentar e produzir a divulgação dos resultados, sem esquecer do quanto esse momento pode ser potente para fortalecer os relacionamentos entre a escola, familiares dos estudantes e a comunidade.

Toda essa trajetória deve ser guiada com uma maior ênfase no processo de aprendizagem do que nas técnicas de ensino, assim cada uma dessas etapas desenvolverá uma série de habilidades e competências que vão acompanhar os alunos e alunas ao longo de sua trajetória educacional e ao longo de suas vidas.

E caso seja necessária alguma inspiração para entender como a metodologia funciona na prática, no site do Nepso é possível conhecer os projetos que já foram realizados: www.nepso.net.

Celebração dos 20 anos

Sabemos que o conhecimento produzido ao se promover inúmeras pesquisas educativas de opinião ao longo de duas décadas é imensurável, mas acreditamos que as trocas dos aprendizados, individuais e coletivos, podem ser fonte de soluções para os desafios que a educação enfrenta atualmente.

Então, para comemorar esses 20 anos, vamos fazer nesta quinta-feira, 13/05, uma roda de conversa com integrantes das equipes responsáveis pela implantação e multiplicação do Nepso em várias regiões do Brasil, América Latina e Europa.

A nossa terceira edição do programa “Por Trás da Prática” será transmitido ao vivo pelo YouTube. Contamos com a sua participação, acesse e ative o lembrete: http://bit.ly/PorTrasDaPratica-3

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Organização sem fins lucrativos que tem como missão promover a construção compartilhada de conhecimento conectando pessoas para gerar transformação.